domingo, 20 de junho de 2010

FUTEBOL E HISTÓRIA NA TRAJETÓRIA DE UM GOLEIRO.


Marcos Carneiro de Mendonça




“e quem, tendo visto a seleção brasileira em seus dias de glória, negará sua pretensão à condição de arte?”
Eric J. Hobsbawm. Era dos Extremos: o breve século XX.


Nada aparentemente mais distante do que as carreiras esportiva e intelectual, especialmente no que tange à prática do futebol, esporte que se popularizou no Brasil ao longo do século XX. Entretanto, a trajetória de Marcos Carneiro de Mendonça, goleiro do Fluminense e do primeiro selecionado brasileiro de futebol, é bastante singular a esse respeito.

Seleção Brasileira campeã sul-americana em 1919.






Marcos Mendonça, nascido em Cataguases (MG), em 1894, radicou-se no Rio de Janeiro, onde integrou as equipes do América e do Fluminense, na posição de goleiro. Defendeu o primeiro selecionado brasileiro em 1914, que enfrentou o Exeter City, da Inglaterra. Seguiu com a seleção pelos anos seguintes, conquistando os campeonatos sul-americanos de 1919 e 1922.
Ao encerrar a carreira futebolística, tornou-se dirigente do Fluminense e também desenvolveu carreira de historiador, associando-se ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Publicou a importante obra “Raízes da Formação Administrativa do Brasil” (1972), que reúne significativa documentação sobre a administração colonial. Também publicou obras sobre a Amazônia no período pombalino e sobre o governo de D. João VI. Sua magnífica residência no bairro do Cosme Velho, o Solar dos Abacaxis, era ponto de importantes reuniões culturais, onde ele e sua esposa, a poetisa Anna Amélia Mendonça, recebiam intelectuais, políticos, empresários, entre outros convidados. Dona Amélia foi fundadora da Casa do Estudante do Brasil, entidade que promoveu a realização do I Congresso Nacional dos Estudantes, que culminou com a fundação da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Solar dos Abacaxis, residência de Marcos e Amélia Mendonça e local de importante vida cultural.






Considerando a disputa da 19ª Copa do Mundo de Futebol e a condição de popularidade desse esporte no Brasil e na maior parte do mundo, os historiadores precisam estudar melhor esse fenômeno contemporâneo, inclusive com o desenvolvimento de pesquisas sobre acervos de clubes que se extraviam dia a dia. A possibilidade de estudar a história de clubes ligados a categorias profissionais (como ferroviários, eletricitários, entre outras) ou de bairros, pode permitir o desenvolvimento de uma visão mais ampla da prática esportiva – superando o desgastado chavão de sua função alienante – além de permitir entrever aspectos muito significativos e pouco conhecidos de nossa história social.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Arqueólogos encontram 100 vasilhas de 3.500 anos em Israel














JERUSALÉM, 7 Jun 2010 (AFP) -Em torno de cem recipientes de 3.500 anos, utilizados para cerimônias pagãs, foram encontrados no norte de Israel, anunciou nesta segunda-feira uma equipe de arqueólogos.

Essa descoberta, por sua antiguidade e bom estado, é "extremamente rara", explicaram Edwin van den Brink e Uzi Ad, responsáveis pelas escavações que duraram duas semanas em um terreno de depressão natural em um substrato rochoso de Tel Qashish, perto de Haifa.

"Nunca tinha sido descoberto esse tipo de objeto, de 3.500 anos, e é extraordinário encontrá-los em tal estado de conservação", explicaram.

Entre os objetos encontrados está uma vasilha para queimar incenso e um copo adornado com a forma de uma mulher, que pode ter sido utilizado para fazer oferendas ou libações a uma divindade.