Cálculos de impostos em pedaço de cerâmica recuperado pelo casal Darnell
Casal de arqueólogos faz novas descobertas viajando por estradas abandonadas no deserto ocidental egípcio.
Ao longo das duas últimas décadas, John Coleman Darnell e sua esposa, Deborah, caminharam e dirigiram por trilhas de caravanas a oeste do Nilo, partindo dos monumentos de Tebas – cidade hoje chamada de Luxor. Essas e outras estradas desoladas, castigadas pelo tráfego milenar de humanos e burros, pareciam levar a lugar nenhum.
Fazendo o que eles chamam de arqueologia de estradas desertas, os Darnells encontraram porcelanas e ruínas em locais onde soldados, mercadores e outros viajantes acamparam na época dos faraós. Num penhasco de calcário com uma encruzilhada, eles se depararam com um quadro de cenas e símbolos, algumas das mais antigas documentações da história egípcia. Em outro local, eles encontraram inscrições consideradas os primeiros exemplos da escrita alfabética.
Cidade no deserto
Zahi Hawass, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, afirmou que os arqueólogos encontraram extensas ruínas de uma povoação – aparentemente um centro administrativo, econômico e militar – que floresceu há mais de 3.500 anos no deserto do oeste, 180 quilômetros a oeste de Luxor e 480 quilômetros ao sul de Cairo. Numa época tão antiga, nenhum centro urbano como esse jamais foi encontrado no inóspito deserto.
John Darnell, professor de egiptologia em Yale, disse numa entrevista na semana passada que a descoberta poderia reescrever a história de um período pouco conhecido do passado egípcio e do papel desempenhado pelos oásis, aquelas ilhas de plantas e palmeiras e fertilidade, no renascimento da civilização depois de uma crise negra. Outros arqueólogos não envolvidos na pesquisa afirmaram que as descobertas eram impressionantes e que, assim que for publicado um relato mais detalhado e formal, elas certamente agitarão o mundo acadêmico.
A padaria
Forma dupla para pão.
Foi em 2005 que os Darnells e sua equipe começaram a coletar as evidências que os levariam a uma importante descoberta: ruínas de muros de tijolos, pedras amoladoras, fornos com montes de cinzas e moldes de pão quebrados.
Descrevendo a meia tonelada de artefatos de padaria coletada, além de sinais de uma guarnição militar, John Darnell disse que a povoação estava “assando pão suficiente para alimentar um exército, literalmente”. Isso inspirou o nome do sítio, Umm Mawagir. A frase em árabe significa “mãe dos moldes de pão”.
“Agora sabemos que existe algo grande em Kharga, e isso é muito instigante”, disse Darnell. “O deserto não era uma terra de ninguém, não era o oeste selvagem. Era selvagem, mas não desorganizado. Se você quisesse se envolver com o comércio no deserto do oeste, era preciso lidar com o povo do oásis de Kharga”.
Encontrar uma comunidade aparentemente robusta como centro de atividade de grandes rotas de caravanas, segundo Darnell, deve “nos ajudar a reconstruir uma imagem mais elaborada e detalhada do Egito durante um período intermediário” – após o chamado Império Médio e logo antes do surgimento do Império Novo.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
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2 comentários:
Professor, segue o link sobre o dinossauro com 15 chifres. No meio da notícia tem mais 3 links na mesma linha da notícia
http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/802985-encontrado-dinossauro-com-15-chifres-na-cabeca-restos-estavam-em-utah-eua.shtml
Segue o link do meu blog, professor
www.cafeehistoria.blogspot.com
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